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Somos realmente PARQUEIROS?


Com todo este alvoroço entre os parques Brasileiros de novas montanhas russas, atrações, áreas temáticas, shows etc, será que estamos mesmo comemorando?

Desde que entrei na equipe do Parqueiros Anônimos, em meados de Julho deste ano, pude conhecer um pouco mais da realidade dos parques brasileiros e suas fã bases que, apesar de serem grandes parques e grandes fã bases, nunca veio a ser de muito interesse meu, que sempre fui mais ligado aos parques internacionais, principalmente os da Disney. Por muito tempo, o Beto Carrero World foi pra mim um dos piores parques do Brasil, não sei exatamente o porquê disso, mas nada me chamava realmente à atenção nele, apesar de sempre ter sido fã do maravilhoso João Batista Sérgio Murad, nosso querido Beto. Mirabilandia era só mais um parque pequeno de bairro e, o Playcenter, um grande parque de bairro. Os quais eu realmente gostava era o Terra Encantada e o Hopi Hari, que eu já tive a oportunidade de visitar quando mais novo. Pra mim, nos dois, tudo era maravilhoso, as temáticas originais, os brinquedos, montanhas-russas, estrutura... Tudo.


Porém com o passar dos anos, diversas notícias relacionadas ao setor de entretenimento do Brasil vieram surgindo e me fazendo abrir a mente, principalmente um pouco antes da morte de Beto Carrero, quando foi anunciada a FireWhip e uma outra montanha-russa que infelizmente, por causa das normas de importação brasileiras, nunca chegou ao Beto Carrero World. Depois deste anúncio, vieram os rumores da Two Face comprada pelo parque Gorilão (será que alguém lembra ainda desta boomerang invertida que está perdida em algum lugar do mundo?) e logo depois da Sky Mountain, quando foi encontrada uma placa em meio a IAAPA em Orlando parabenizando o Mirabilandia pela compra da antiga Déjà Vu do Six Flags. Lembro como se fosse ontem os milhares de fãs do Hopi Hari, Terra Encantada e Playcenter indignados pelo fato de “parques pequenos” terem comprados montanhas-russas de grande (isso pra não dizer gigante) porte. Lembro de ler comentários como “estou p*** da vida por saber que este parque de m**** comprou a Two Face que era pra ser do Terra Encantada”.

Em meio disso, a única coisa que eu podia pensar é “Porque vocês estão falando isso?”. Parques menores que o Hopi Hari, Terra Encantada e Beto Carrero comprando montanhas russas grandes era, e continua sendo, um verdadeiro máximo! Será que só eu percebi o “Boom” no setor de entretenimento no Brasil desde então? Não falo apenas pelos parques menores. Pensem como o Mirabilandia, o Playcenter e o Beto Carrero ralaram durante toda a sua jornada de existência para chegar aonde chegaram, ao contrário do Hopi Hari e do Terra Encantada que foram construídos com o projeto já pronto, sem mudar sua estrutura por muito tempo.

Enquanto alguns dos parques estavam realmente acomodados na sua posição de soberania absoluta, os outros estavam correndo atrás do trono, até que chegaram aonde estamos agora: Hopi Hari com as novas áreas temáticas dos Looney Tunes, dos heróis da DC Comics e a nova montanha russa recordista, o Beto Carrero World com a The Chiller e o contrato com a DreamWorks, o Mirabilandia trazendo diversos rides radicais, incluindo o velho waimea do Playcenter, enquanto resolve o problema do terreno na justiça, e o Playcenter reformulando toda a sua estrutura para atingir um novo público.

O que eu estou querendo dizer é que não existe “o parque” entre tantos no Brasil, eles não querem ser os melhores entre sí, mas querem ser os melhores para nós, consumidores, para vocês, fã bases, e para o mundo, representando o Brasil. É muito fácil dizer que “tal parque não traz atrações a tanto tempo”, porém é difícil procurar saber o porque. As taxas de impostos em produtos importados são absurdamente altas, e eles não são apenas aplicados nos jogos eletrônicos, computadores e roupas que você quer comprar, e sim a tudo, inclusive a shows internacionais e montanhas russas!

Devemos comemorar este progresso, pois os parques brasileiros estão ralando bastante para atender uma demanda extremamente rigorosa e impaciente que somos nós consumidores e fãs. Sei que talvez este texto não mude a ideia de ninguém sobre nada, talvez deixe alguns até irritados, mas tudo o que eu peço nesse desabafo é uma grande comemoração, que deixemos o fanatismo um pouco de lado e vamos às ruas festejar, aliás às ruas não, aos parques! Se é público o que ele querem, será público que eles terão, tanto os antigos fanáticos quanto os novos visitantes que irão atrair, além do mais, somos todos movidos por uma paixão, a paixão de sermos Parqueiros!

  
TEXTO: Eduardo Linhares

Somos realmente PARQUEIROS? Somos realmente PARQUEIROS? Reviewed by Unknown on terça-feira, novembro 06, 2012 Rating: 5

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